Sim. No Brasil, medicamentos à base de cannabis são permitidos para o tratamento em condições clínicas, mediante prescrição médica. Produtos feitos com os derivados de cannabis, para uso medicinal, estão regulamentados.

Diversas patologias têm indicação para a terapêutica com cannabis medicinal como epilepsia, glaucoma, esclerose múltipla, dor crônica e doenças inflamatórias. Outras patologias são alvo de estudos e já recebem indicações para a terapêutica complementar com cannabis, como: ansiedade, depressão, distúrbios do sono, Parkinson, Alzheimer, autismo.

Cada caso deve ser avaliado, considerando as concentrações de cada medicamento e a posologia. Tire todas as dúvidas com seu médico prescritor.

O paciente deve seguir um plano terapêutico e isso inclui seguir a posologia e todas orientações do seu prescritor. Nunca suspender medicações com prescrição médica sem consultar o médico previamente. No caso de medicações que dispensam receita (como dipirona, paracetamol) podem ser interrompidas.

Não se preocupe. Pode tomar a dose assim que lembrar, e caso esteja muito perto da próxima dose, simplesmente deve-se pular a anterior.

A interrupção do tratamento com cannabis pode ser feita a qualquer tempo mas recomenda-se sempre o acompanhamento médico. Considere que no tratamento com canabidiol não existe abstinência, então não são observados sintomas que gerem preocupação. No tratamento com o THC, a suspensão pode causar sintomas de abstinência, porém isso é praticamente inexistente em doses baixas. Lembre-se que ao retomar o uso após longos períodos de interrupção é comum o aumento de sensibilidade aos canabinoides. Recomenda-se reiniciar com uma dose menor que a do momento de descontinuação.

O metabolismo dos canabinoides envolve enzimas hepáticas, e estas podem ter suas atividades alteradas. Portanto, há medicações que podem ter alterações de suas concentrações no sangue com o uso contínuo dos canabinoides. Porém, raramente são significativas. São bem poucas as medicações que exigem maior preocupação. Esse é um dos motivos pelos quais é importante o acompanhamento médico quando se usa a medicina canabinoide.

Precisa organizar os horários. Vale lembrar que há formulações com efeitos sedativos, que podem prejudicar o rendimento, porém basta fazer a dose após realizar o exercício. Inclusive, medicamentos à base de cannabis são reconhecidos por promover relaxamento e recuperação muscular.

As ações dos canabinoides são variadas. Enquanto o THC estimula o apetite, outro canabinoide, o tetrahidrocanabivarina (THCV), é conhecido por reduzir o mesmo. O CBD não interfere no apetite especificamente, mas pode reduzir a compulsão por alimentos, o que pode ajudar no emagrecimento. Além disso, o CBD atenua os efeitos de aumento do apetite THC. Portanto, no uso de canabinoides (combinados), o aumento de peso é raro, e há formulações que podem auxiliar em sua perda. Somente em concentrações mais elevadas de THC pode haver aumento de peso, porém pouco significativo.

No uso de cannabis com álcool o efeito de ambos se potencializa, podendo causar efeitos indesejados. No entanto, medicamentos com alta concentração de CBD não oferecem riscos. Inclusive, caso haja uso exagerado de álcool por motivos de compulsão, o CBD tem o potencial de reduzi-lo.

Depende de como se faz uso dos canabinoides. O CBD tem efeito ansiolítico (que reduz a ansiedade), já o THC pode ter efeito ansiogênico (que aumenta a ansiedade) dependendo da dose. No entanto, o CBD em conjunção com o THC reduz os efeitos colaterais deste, inclusive seu efeito ansiogênico. Portanto, as formulações com altas concentrações relativas de CBD normalmente apresentam efeito de redução da ansiedade.

A dependência à cannabis é geralmente associada ao seu uso inalatório (fumada), é restrita ao THC, e é pouco frequente. O potencial de dependência do CBD é nulo, e inclusive este pode ser usado para tratar dependências. Portanto, quando utilizados em conjunto e em formulações orais com alta concentração de CBD e baixa de THC, não há risco de dependência. No entanto, o uso prolongado de altas concentrações relativas de THC pode resultar em alguma adicção, porém é rara e de fácil manejo com o CBD.

Recentemente, o canabidiol foi retirado da lista de doping. No entanto, todos os outros canabinoides no momento ainda são considerados doping, apesar de seus usos serem proibidos somente durante as competições. Devido a isso, muitos esportistas fazem uso do CBD isolado.

Não. Porém, o consumo exagerado de produtos com concentrações elevadas de THC pode resultar em efeitos desagradáveis, como alterações perceptivas e aumento da ansiedade, porém estes têm duração limitada. Inexiste registro na literatura de morte causado por ingestão exagerada de cannabis.

Na gestação ou no período de amamentação não é recomendado o uso de cannabis ou de produtos à base de cannabis. Ainda são escassas as pesquisas e sabe-se que que os canabinoides atravessam a placenta e também penetram no leite materno, não são claras ainda as consequências disto.